Em uma empresa é comum nos depararmos com rotinas e procedimentos que visem facilitar o trabalho e evitar riscos, observamos a adoção
de gestão de riscos e gestão de crises, mas ao nos depararmos com ações publicitárias que são geradoras de danos a reputação a empresa, nos soa o alerta; o que fizeram de errado e qual a razão de agirem de tal forma?
Nesta semana, observamos a grife de roupas Farm estampar as notícias de forma negativa mais uma vez, sob acusação de oportunismo e racismo (tema este reiterado em ações anteriores da marca).
A empresa ao se pronunciar sob a morte de uma funcionária, Kathlen Romeo que foi morta em uma ação policial e alvejada por um tiro e grávida chocou o Brasil, a mesma era vendedora da marca, Farm lamentou o óbito em suas mídias sociais e informou que a comissão das vendas sob o cupom em nome da mesma seria destinado a família da vítima, tal ação de marketing foi vista como oportunismo.
A repercussão do caso levou a marca a pedir desculpas e cancelamento à campanha publicitária, observe que uma única imagem da empresa sob a ótica “campanha em prol de Kathlen” manchou a reputação da empresa, empresa esta que já buscava se desvencilhar de acusações de racismo já vivenciadas em outro momento.
Esse caso nos leva a uma análise quanto aos procedimentos de uma empresa e o que a levaria a tomada de decisão para uma campanha tão prejudicial a sua reputação, se havia boa intenção por parte da marca, certamente não foi transmitido à sociedade, a qual vislumbrou o oportunismo.
A construção da reputação de uma empresa é um processo árduo, que é composto da somatória de imagens da empresa, suas ações, posicionamentos, as quais são obtidas através de uma jornada, todavia o dano a reputação depende de uma única imagem negativa, uma ação equivocada, a postura inadequada de um funcionário, são inúmeros os atos que podem manchar a reputação da empresa.
Diante disso, é necessário uma boa gestão de riscos, em que a empresa vai os identificar e classificar os fatores que podem de algum modo se transformar em uma crise ou ainda estimular outros fatores de crises, associado a uma gestão de crises que é a ferramenta pela qual irá avaliar o potencial do risco e caso se transforme em uma crise já existem medidas de controle estabelecidas para não se transformar em crise. Caso a ação torne-se uma crise, a gestão de crises irá aplicar todos os procedimentos já planejados para o gerenciamento da crise que já foi instalada, minimizando os impactos.
Conforme já pontuei em outros momentos, o setor de marketing e publicidade de uma empresa, ou quando é terceirizado, é de extrema importância para uma empresa e deve ser detentor de diretrizes claras quanto ao posicionamento da empresa, procedimentos internos e a visão, missão e valores da empresa, ara que as ações não destoem do propósito da empresa. É importante um procedimento de validação quanto ao que será veiculado ao público, para que não prejudique a ação da empresa, analisando potenciais riscos e até mesmo ofensa, sob a ótica jurídica, respeito à dignidade da pessoa humana e até mesmo direitos do consumidor.
A adoção de treinamentos, clareza a sua equipe, fornecedores e público é possível por meio do seu Código de Conduta, em que a empresa deixa claro o que espera e no que defende, procedimentos e política interna servem para orientar os funcionários quanto ao que pode ou não ser aplicado, rotinas claras são possíveis e protegem a empresa, uma boa gestão de riscos é eficaz e gerador de inúmeros ganhos.
O caso da Farm era evitável, mas é evidente que faltou o mínimo de respeito à dignidade da pessoa humana, faltou ainda uma análise do que a ação pretendida iria gerar, construir a reputação de uma empresa pode levar anos, mas um único minuto é capaz de a destruir, sendo de extrema importância a busca constante de proteção a imagem e reputação da empresa.
E para você a situação poderia ter sido evitada? Sua empresa esta preparada?
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato e vamos conversar.
